O desejo de crescer rapidamente é comum entre empresários, especialmente nas pequenas e médias empresas. No entanto, sem um planejamento financeiro consistente, essa expansão pode comprometer a estabilidade da organização e colocar todo o negócio em risco. A busca por novos mercados e a ampliação de operações precisam ser conduzidas com responsabilidade, respeitando a capacidade financeira da empresa e garantindo a preservação da estrutura já construída.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 60% das empresas brasileiras encerram suas atividades antes de completar cinco anos de operação. A principal causa apontada para esse alto índice de mortalidade é a falta de planejamento e gestão financeira adequada.

Para Samuel Modesto, mentor de empresários e especialista em gestão estratégica, o crescimento precisa ser sustentável para que gere resultados positivos a longo prazo. “Expandir sem planejamento é como construir um prédio sem alicerces. No começo pode até parecer promissor, mas basta uma instabilidade para tudo desmoronar. O crescimento saudável exige análise, estratégia e preparo financeiro”, explica.

Saber o momento certo de expandir faz toda a diferença

Antes de planejar a expansão, é essencial analisar se o negócio realmente está pronto para esse movimento. Entre os sinais de maturidade para o crescimento estão o fluxo de caixa positivo, a demanda constante pelos produtos ou serviços e a existência de processos internos bem estruturados. “A ansiedade por crescer não pode se sobrepor aos dados concretos. Crescimento impulsivo muitas vezes gera endividamento e perda de controle operacional”, alerta Modesto.

Além disso, a expansão deve considerar a capacidade de adaptação da equipe e a gestão de riscos. Crescer exige novos investimentos, contratações e mudanças na rotina. Empresas que negligenciam essa preparação tendem a enfrentar dificuldades para sustentar o crescimento e acabam prejudicando a própria operação principal.

Estratégia financeira é o motor do crescimento 

Para que a expansão seja bem-sucedida, é fundamental equilibrar investimentos e fluxo de caixa. Modesto orienta que cada novo passo seja planejado com base em projeções realistas, considerando não apenas os lucros potenciais, mas também os custos adicionais envolvidos. “É preciso ter um orçamento específico para a expansão e não comprometer a operação atual. Separar as finanças dos novos investimentos protege a empresa caso os resultados não sejam imediatos”, aconselha.

A gestão de riscos também é parte central do processo. Analisar cenários possíveis, identificar ameaças e definir planos de contingência são práticas que ajudam a preservar a saúde financeira diante de imprevistos. “Empresas que mapeiam riscos antes de crescer conseguem corrigir rotas com mais agilidade e resiliência”, ressalta Modesto.

O especialista acredita que expandir sem perder o equilíbrio financeiro é o que diferencia negócios que prosperam daqueles que entram em colapso após um avanço precipitado. “O verdadeiro sucesso empresarial não está na velocidade do crescimento, mas na capacidade de construir uma trajetória sólida e duradoura”, finaliza o especialista.

Sobre Samuel Modesto

Samuel Modesto é contador formado pela Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) e especialista tributário pela Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN-CE). Além disso, possui formação como treinador comportamental e corporativo pelo Instituto Kaecher. Com ampla experiência no mercado, atua como treinador e mentor de empresários, palestrante e é autor do livro “Além dos Números”, onde compartilha insights sobre gestão estratégica e desenvolvimento empresarial.

By Carolina Lara Comunicação
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