De alguns anos para cá, venho observando uma mudança significativa na forma como as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) e startups brasileiras encaram a gestão financeira. Se antes a prioridade era reduzir despesas e lidar com problemas emergenciais, hoje os empreendedores adotam uma abordagem mais estratégica, conectada e atenta ao potencial da tecnologia como ferramenta de transformação dos negócios.

É claro que a transformação digital do mercado como um todo influencia as empresas em processo de aceleração da mesma forma que acontece com grandes corporações. No entanto, essas organizações também começaram a enxergar novas oportunidades com a digitalização. Em vez de olhar apenas para dívidas e gastos, é possível aumentar os níveis de eficiência, produtividade e tempo. 

Do papel ao software

Historicamente, muitas organizações brasileiras em fase inicial são marcadas por uma gestão financeira com controles manuais, planilhas dispersas e decisões tomadas mais pela intuição do que por dados. Hoje, esse cenário ainda é comum para 39% (cerca de 7,5 milhões) das MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) no país, segundo o Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil, estudo da Conta Simples realizado em parceria com a Visa.

A transformação digital, porém, está mudando essa cultura, que trava o crescimento e gera riscos desnecessários. Uma pesquisa da Microsoft mostra que 93% das PMEs aceleraram sua digitalização desde a pandemia. Além disso, o “Founders Overview 2024” revela que 78% das startups brasileiras já usam a IA (inteligência artificial) de alguma maneira.

O resultado? Mais controle, menos retrabalho e decisões mais rápidas e seguras. Isso é possível, principalmente, por meio de tecnologias como softwares de gestão financeira, que permitem emitir múltiplos cartões corporativos, realizar integrações automáticas com ERPs, categorizar gastos com IA de forma inteligente e gerar relatórios personalizados em poucos cliques.

Essas são ferramentas que facilitam a rotina do time financeiro e reduzem erros humanos, liberando a equipe para atividades mais centralizadas no cliente e de maior valor agregado. Com dados organizados e acessíveis, as empresas antecipam tendências, identificam gargalos, otimizam a negociação com fornecedores e planejam investimentos com mais segurança.

Contudo, o próprio Panorama indica que a escolha da ferramenta de gestão é um fator determinante para o sucesso, já que o uso de um software inadequado pode, na verdade, aumentar o tempo gasto com a tarefa. Por outro lado, a adoção de uma solução de alta eficiência pode reduzir em até nove horas por semana o gerenciamento dos gastos. Prova disso é a Allugator, empresa de aluguel de eletrônicos que, ao centralizar sua gestão na plataforma da Conta Simples, reduziu o tempo de fechamento financeiro de três para um dia útil.

A nova era da gestão de despesas nas empresas brasileiras já começou — e ela é digital, integrada e simples. Menos tempo perdido com tarefas manuais, menos espaço para o improviso e mais foco em crescimento sustentável e inovação. Isso muda tudo.

*Ricardo Gottschalk é cofundador e vice-presidente da Conta Simples, principal plataforma de gestão de despesas no Brasil. Graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp, com especialização em Gestão de Vendas pelo Insper, construiu sua carreira na área comercial, com passagens por empresas como Oracle, Stone e Creditas. Em 2018, fundou a Conta Simples ao lado de Rodrigo Tognini e Fernando Santos, com a missão de otimizar a relação entre empresas e instituições financeiras. Atualmente, como CRO, lidera estratégias de aquisição e retenção de clientes, garantindo que a experiência e o relacionamento com o usuário estejam no centro do desenvolvimento da plataforma.

By MOTIM
Foto: Freepik