ABIMÓVEL cumpre agenda em Brasília: desafios e oportunidades do comércio com os EUA estiveram em pauta
Em reunião com secretária de Comércio Exterior, entidade oficializou a inclusão do setor de móveis e componentes no monitoramento do Governo Federal
Postado quarta-feira 30/04/2025 por Redação
Categorias: Setor Moveleiro Negócios Capa

Em agenda oficial nesta semana em Brasília (DF), membros da direção da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) participam de encontros estratégicos junto ao Governo Federal. Na segunda-feira (28), o presidente da entidade, Irineu Munhoz, e a diretora-executiva, Cândida Cervieri, reuniram-se com a secretária de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Tatiana Prazeres, e equipe, com o objetivo de estreitar o diálogo em torno de estratégias e oportunidades para o setor moveleiro em relação aos EUA e ao mercado global.
A reunião teve dois eixos centrais. O primeiro deles foi a entrega oficial do convite para que Tatiana Prazeres participe como palestrante do 12º Congresso Nacional Moveleiro, que será realizado nos dias 1 e 2 de outubro de 2025, no Campus da Indústria da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), em Curitiba (PR). A presença da secretária busca ampliar o debate institucional sobre comércio exterior, competitividade e inovação para a indústria de móveis e colchões do Brasil.
Na pauta principal, o impacto das recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos também estiveram nas discussões. No início de abril, o presidente americano Donald Trump anunciou um novo pacote de tarifas sobre produtos importados, atingindo a produção global em diferentes setores. A exemplo de outros países da América do Sul, o Brasil, embora não tenha sido um dos principais alvos — com sobretaxa de 10%, menor taxa percentual entre todos os países impactados —, acompanha atentamente os desdobramentos da ação.
Entre os pontos levantados na reunião, discutiu-se a aplicação da Lei da Reciprocidade Comercial aprovada pelo Congresso Nacional e acolhida pela OMC (Organização Mundial do Comércio), que autoriza o Brasil a aplicar tarifas proporcionais a produtos importados dos EUA em resposta às novas taxas. Embora o governo brasileiro adote, a priori, uma postura voltada ao diálogo, a medida está no radar como instrumento de defesa.
Além disso, foi analisado o impacto global da contenção da entrada de produtos chineses no mercado americano, com a imposição de tarifas médias de 145%, que podem chegar a 245% em determinadas categorias. Em 2023, os Estados Unidos importaram um total de US$ 42,3 bilhões em móveis e colchões. Desse montante, US$ 12,4 bilhões (29,2%) vieram da China, segundo principal fornecedor do setor ao país norte-americano, atrás apenas do Vietnã (29,9%).
Apesar de desafiadora, tal dinâmica pode, portanto, abrir espaço para outros fornecedores, como é o caso da indústria de móveis brasileira, que – ao dispor de capacidade e agilidade produtiva, além de certificações ambientais e design original – tem potencial para ampliar sua presença nos Estados Unidos, atualmente o principal destino dos móveis brasileiros, respondendo por 27,6% das exportações do setor no ano passado.
Entre 2019 e 2024, aliás, as exportações brasileiras de móveis e colchões para o país norte-americano totalizaram mais de US$ 1,6 bilhão, representando um crescimento de 104,96% em relação ao acumulado de 2013 a 2018. Antes da imposição do chamado “tarifaço”, estimava-se um potencial adicional de crescimento de 47,9% para os próximos anos, com exportações de produtos acabados podendo atingir um total de US$ 346,5 milhões ao ano. O governo e a ABIMÓVEL trabalham para entender, a partir de agora, os impactos da nova dinâmica global sobre a atividade.
Por outro lado, o encontro também abordou preocupações quanto à possibilidade de desvio de comércio: a comercialização chinesa travada nos EUA pode buscar outros mercados, gerando nova pressão competitiva no mercado global. Como medida estratégica, o monitoramento dos riscos e oportunidades para a indústria brasileira está sendo intensificado pelo governo, tanto objetificando identificar rapidamente eventuais fluxos atípicos de importação quanto analisar as movimentações internacionais e seus impactos em grandes setores produtivos.
Para tal, a ABIMÓVEL está colaborando com a revisão e inclusão das NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul) correlatas à cadeia moveleira, seus fornecedores e componentes (como madeira, ferragens, espumas, têxteis, painéis, entre outros) nos instrumentos de vigilância oficiais do Governo Federal. A atualização garante que todas as posições tarifárias sensíveis fiquem cobertas pelo monitoramento e sejam consideradas no planejamento estratégico e levantamento de medidas de defesa.
Paralelamente, a entidade reafirmou seu compromisso com a promoção internacional do setor. Neste mês de maio, aliás, empresas brasileiras participarão da ICFF (International Contemporary Furniture Fair) em Nova York, por meio do Projeto Brazilian Furniture, realizado pela ABIMÓVEL em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A iniciativa visa não apenas a ampliação da presença brasileira nos Estados Unidos, mas também nos demais mercados das Américas do Norte e Central.
A ABIMÓVEL seguirá acompanhando e colaborando de perto as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, mantendo seus associados atualizados e contribuindo para a formulação de políticas que promovam a expansão e o fortalecimento da indústria moveleira nacional.
Sobre a ABIMÓVEL
Representando a indústria moveleira de norte a sul do país, a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) tem atuado há mais de 45 anos em prol do fortalecimento da indústria e do setor moveleiro nacional. Com uma agenda propositiva e em parceria com o setor público e privado, a entidade lidera uma série de iniciativas com vista a impulsionar a produção, melhorar o ambiente de negócios e possibilitar a abertura de novos mercados para empresas da cadeia madeira e móvel nacional. Para tal, coloca em prática diversas iniciativas voltadas para o fomento da competitividade e da inovação no setor. Incluindo a participação em feiras e rodadas de negócios internacionais, além de programas de exportação, sustentabilidade, design integrado à indústria, adequação fabril, incremento aos micro e pequenos negócios, inteligência comercial, entre outros.
By ABIMÓVEL
Foto: Freepik
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